
Sandra Carvalho
As feridas abertas pelo ouro na terra yanomami
O garimpo ilegal devasta a floresta e ameaça os indígenas a olhos vistos.

Os indígenas yanomami enfrentam pela quarta vez uma corrida do ouro em suas terras, que se espalham pelos estados de Rondônia e Amazonas. Trata-se do maior território indígena do Brasil.
Os garimpeiros invadem a Terra Indígena Yanomami ilegalmente, desmatam a floresta, poluem os rios com mercúrio e abandonam a terra devastada depois que extraíram o minério.
Essa quarta corrida do ouro começou em 2019 e deixa cada vez mais feridas abertas na floresta. As corridas anteriores começaram já na década de 70.
Por trás dos garimpeiros, há uma extensa e cara rede de apoio - aviões, helicópteros, balsas, motoserras, bombas, detectores de metais...
Nos bastidores dessas operações fora da lei, misturam-se mineradores, políticos, lojas de joias e narcotraficantes. O presidente Jair Bolsonaro é uma das vozes pró-legalização do garimpo do ouro.
O levantamento Cicatrizes na Floresta – Evolução do Garimpo Ilegal na Terra Indígena Yanomami, de março de 2021, estima em 20 mil o número de garimpeiros atualmente nas terras yanomamis.
"Nossos inimigos são muitos e nós somos poucos", declarou o líder yanomami Davi Kopenawa.
A PF investiga o garimpo, o Ibama faz algumas ações contra a invasão das terras indígenas, o STF pede para o governo Bolsonaro esclarecer a situação do povo yanomami, mas nada até agora foi suficiente para deter o desmatamento e as ameaças à sobrevivência do povo yanomami.
Veja as fotos que estampam a destruição da Terra Indígena Yanomami nas imagens do fotógrafo Bruno Kelly, do site Amazônia Real, uma referência essencial à devastação da floresta.














Veja mais: O ouro é uma maldição para o povo kayapó