
Sandra Carvalho
Burnout pode afetar o coração
A síndrome de burnout aumenta 20% o risco de batimento cardíaco anormal.

Estresse prolongado no trabalho não faz bem para ninguém - e o preço de ignorar pressões insuportáveis por muito tempo pode ser pago pelo coração.
Um estudo de médicos americanos mostrou que o burnout, o esgotamento causado por estresse profundo crônico, pode aumentar até 20% o risco de fibrilação atrial, o batimento cardíaco irregular com consequências potencialmente fatais.
Fibrilação atrial aumenta cinco vezes o risco de AVC, ao levar o coração a bater de forma descompassada e irregular, alterar o fluxo de sangue no coração e formar os coágulos, causando o derrame.
Os pesquisadores diferenciaram burnout de depressão, para começar. "Burnout é uma exaustão vital causada por estresse profundo e prolongado no trabalho ou em casa", afirmou Parveen K. Garg, da Universidade do Sul da Califórnia USC), um dos autores do estudo. "Depressão é caracterizada por mau humor, culpa e baixa autoestima."
Veja mais: Burnout, a exaustão causada pela pressão do trabalho
Os médicos pesquisaram mais de 11 mil pessoas, averiguando se tinham exaustão vital, raiva, pouco apoio social e se usavam antidepressivos. A seguir, acompanharam essas pessoas durante 25 anos para checar se desenvolviam fibrilação atrial.
Foi quando constataram que os níveis mais altos de exaustão vital estavam ligados a um risco 20% maior de fibrilação atrial. O estudo não encontrou conexões entre o uso de antidepressivos, raiva e pouco apoio social e arritmia cardíaca.
A exaustão está associada a mais inflamações no corpo e a uma maior ativação das respostas fisiológicas ao estresse, segundo Garg. Por isso, de forma crônica, pode causar danos ao tecido do coração e levar à fibrilação atrial.
O estudo foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology.
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