- Sandra Carvalho
Cobras sinalizam poluição de metais pesados na Austrália
O fígado de cobras-tigre de Perth acumulam chumbo, arsênico, mercúrio...

As cobras australianas assustam o mundo com o veneno letal de algumas espécies - elas podem matar em menos de uma hora. Mas cientistas da Universidade Curtin, em Perth, viram nas cobras algo bem diferente.
Examinando o fígado das cobras-tigre-ocidentais (Notechis scutatus occidentalis) das zonas úmidas urbanas de Perth, eles encontraram metais pesados tóxicos acumulados - chumbo, arsênico, mercúrio e selênio. Os mesmos metais foram encontrados no solo das zonas úmidas.
"As zonas úmidas urbanas são quase sempre poluídas por águas contaminadas da chuva , lixo jogado no passado ou no presente e inundações", comentou o pesquisador Damian Lettoof, num comunicado da universidade.

Metais pesados existem naturalmente nos sedimentos de zonas úmidas e nas pedras próximas, mas em baixa concentração. Os níveis altos de toxidade encontrados nas cobras são ligados à urbanização e à poluição causada por humanos, de acordo com os pesquisadores.
As cobras-tigre com o fígado mais contaminado foram recolhidas na área do lago Herdsman, que tem a zona úmida mais urbanizada de Perth. Segundo o estudo, a concentração do metal molibdênio nessas cobras foi a mais alta já registrada num réptil em todo o globo.
Os pesquisadores temem que a exposição crônica aos metais pesados possa afetar a saúde das cobras e levar à extinção local. O estudo foi publicado no jornal Archives of Environmental Contamination and Toxicology.
As cobras-tigre são o predador número 1 das zonas úmidas australianas. Conforme o estudo, elas provavelmente se contaminaram com os poluentes comendo sapos, que tendem a acumular metais pesados.
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