
Sandra Carvalho
Falta de sono atrapalha até caminhar
Estudo da USP e do MIT mostra como isso acontece, e como corrigir.

A falta de sono leva a culpa, há tempos, por uma série de problemas - mau humor, memória falha, atenção dispersa, pressão mais alta, só para falar de algumas consequências mais imediatas. Um novo estudo da USP e do MIT mostra que atrapalha também nossos passos.
Como andar é uma tarefa quase automática, não se considerava que pudesse ser tão afetada pela privação do sono.
Experimentos em animais em esteiras mostraram que andar é uma mais atividade reflexiva da coluna vertebral em vez de um processo cognitivo ligado ao cérebro. Bem, em humanos não é bem assim.
Testes feitos durante a pesquisa da USP e do #MIT com alunos voluntários em esteiras mostraram que a falta de sono afeta diretamente o controle sobre como caminhamos.
Quanto menos os voluntários dormiam, menos controle tinham ao andar na esteira. Entre os que passavam a noite inteira sem dormir, o controle desabava.
"O conceito de marcha como um processo apenas automático não conta uma história completa", notou Hermano Krebs, do MIT, um dos autores do estudo.
O experimento mostrou também que os alunos que compensavam a falta de sono dos dias úteis dormindo horas extras no fim de semana melhoravam seu controle ao caminhar. "Compensar o sono pode ser uma estratégia importante", comentou Krebs.
Para quem trabalha em turnos, compensar regularmente a falta de sono crônica pode ser uma saída, de acordo com a pesquisa.
O estudo foi publicado em Scientific Reports. O autor principal autor é Arturo Forner-Cordero, do Departamento de Mecatrônica e Sistemas Mecânicos da Poli, USP.
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