
Sandra Carvalho
Financial Times desapega do papel, junto com seus leitores
O jornal tem um paywall inescapável. Quem não paga não lê - simples assim.

O jornal Financial Times, de Londres, um dos melhores do mundo, passou para o mundo digital com tudo. Hoje 75% de seus assinantes dispensam o jornal em papel. Mais da metade do faturamento vem das operacionais digitais, não das cópias impressas.
O Financial Times foi um dos primeiros grandes títulos da mídia a fugir da dependência da publicidade impressa, que só encolhe há muitos anos.
Preferiu ganhar dinheiro com seu conteúdo, vendendo assinaturas - com isso, já recebe mais dinheiro dos leitores do que da propaganda há certo tempo.
Segundo dados do Guardian, 60% da receita do Financial Times atualmente vem do conteúdo. O jornal tem um paywall inescapável. Costuma vender assinaturas curtas por 1 dólar para permitir experimentação.
Os assinantes chegam a 843 mil no momento, 13% mais numerosos que um ano atrás.
Hoje o jornal pertence ao grupo japonês Nikkei, que pagou 1,3 bilhão de dólares por sua propriedade um ano atrás. A estratégia de guinada para o digital já estava em andamento havia anos, na época, e não foi alterada pelos novos acionistas.