
Sandra Carvalho
Mãos de robô conseguem fazer supermicrocirurgia pela primeira vez
Elas permitem que se possa operar vasos sanguíneos minúsculos, sem tremores.

Sabe o que é fazer a sutura de vasos de 0,3 a 0,8 milímetros no braço de alguém? Pois foi exatamente isso que o robô cirúrgico Microsure fez no Centro Médico da Universidade de Maastricht, na Holanda.
A primeira supermicrocirurgia feita por mãos de robô foi a de uma paciente com linfedema, aquele inchaço no braço que pode ocorrer como consequência de um tratamento de câncer de mama.
A operação foi divulgada no 26º Congresso Mundial de Linfologia, em Barcelona, no dia 26 de setembro, e divulgada ontem pela Universidade de Maastricht (UM). A paciente passa bem.

Um tratamento possível do linfedema é uma cirurgia que conecta os vasos linfáticos a vasos sanguíneos para restaurar o fluxo de fluido linfático e aliviar o inchaço.
Segundo a UM, a intervenção é especialmente difícil e estressante pela precisão que exige do cirurgião, a ponto de poucos profissionais no mundo serem capazes de realizar a operação com as mãos.
O robô da Microsure feito criado para resolver esse desafio. O cirurgião controla o robô, que torna seus movimentos menores e mais precisos.
Mais: o robô também neutraliza qualquer tremor que o cirurgião possa ter.
"Ele permite que se possa operar vasos linfáticos e sanguíneos minúsculos", diz Shan Shan Qiu Shao, cirurgião plástico do Centro Médico da Universidade de Maastrich. "Permite maior precisão de movimentos em procedimentos que requerem um microscópio cirúrgico."
A Microsure é um spin-off da Universidade Tecnológica de Eindhoven e do Centro Médico da UM.
O próximo passo da empresa é ampliar a gama de microcirurgias com robôs. Um dos alvos será a reconstrução de tecido após retirada de tumor.