
Sandra Carvalho
Mulher é mais generosa que o homem, e o cérebro prova isso
É o que dizem neurocientistas da Universidade de Zurique

Então a mulher é mesmo mais generosa e menos egoísta que o homem, como supõe a imaginação popular?
Neurocientistas da Universidade de Zurique (UZH) , na Suíça, acham que sim, atiçando fogo numa polêmica infindável.
Eles fizeram um estudo de imagem dos neurônios do cérebro e outro estudo farmacológico que suportam essa hipótese.
O trabalho foi conduzido no Laboratório de Pesquisas de Sistemas Neurais e Sociais do Departamento de Economia da universidade.
A pesquisa foi publicada ontem no jornal Nature Human Behaviour.
No estudo de imagem do cérebro, eles constataram que o estriado, responsável pela avaliação de recompensas, foi ativado mais fortemente em mulheres durante decisões generosas do que em decisões egoístas.
Nos homens, as decisões egoístas ativaram mais o estriado.
Diferenças não são inatas
No estudo farmacológico, eles desmontaram de propósito o sistema de avaliação de recompensas através da droga amissulprida, reduzindo os níveis de dopamina, neurotransmissor ligado ao processamento de recompensas.
Nessas condições, as mulheres se comportaram de forma mais egoísta e os homens, de forma mais generosa.
"Estudos futuros precisam levar mais a sério as diferenças de gênero, afirmou um dos cientistas, Alexander Soutschek, num comunicado da UZH.
Segundo Soutschek, essas diferenças são evidentes no nivel biológico, mas nem por isso deve-se supor que são inatas.
"Os sistemas de recompensa e aprendizado dos nossos cérebros trabalham em cooperação próxima", argumenta. "Garotas são elogiadas por comportamento generoso, o que implica que o sistema de recompensa delas aprende a esperar uma recompensa por um comportamento generoso e não egoísta."
O resultado? "As diferenças de gêneros podem ser melhor atribuídas a diferentes expectativas culturais depositadas em homens e mulheres", complementa Soutschek.
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