- Sandra Carvalho
No laboratório, o destino dos rinocerontes-brancos do norte
Uma nova coleta de óvulos das duas últimas fêmeas da espécie foi feita esta semana.

Pela terceira vez em 1 ano, cientistas colheram óvulos das duas últimas fêmeas de rinocerontes-brancos do norte, Najin e Fatu, mãe e filha, abrigadas na organização OL Pejeta Conservancy no Quênia. O último macho da espécie morreu em 2018 no Sudão.
A ideia é continuar tentando a fertilização in vitro com esperma congelado de rinocerontes-brancos do norte mortos no Laboratório Avantea, de Cremona, Itália, especializado em reprodução animal e biotecnologia.
As duas fêmeas foram anestesiadas para a coleta de 10 óvulos imaturos (oócitos), dois de Najin e 8 de Fatu, com uma sonda com agulha móvel guiada por ultrassom. Os óvulos já voaram para a Itália.
Nos próximos dias, serão incubados, amadurecidos e fertilizados. Depois, serão armazenados em nitrogênio líquido junto com outros três embriões produzidos com os óvulos das coletas anteriores.
Najin e Fatu já estão em idade avançada demais para passarem por uma gestação, então o próximo passo do processo envolverá uma "barriga de aluguel": uma fêmea de rinoceronte-branco do sul, espécie que ainda é numerosa.
Segundo o Zoológico Dvůr Králové, da República Theca, uma das organizações envolvidas nas tentativas de salvar a espécie, os planos seriam de implantar o primeiro embrião numa fêmea de rinoceronte-branco do sul ainda em 2020.
Mas essa previsão foi feita antes de o novo coronavírus se disseminar pelo mundo, e a pandemia acabou atrasando todo o processo, que foi retomado agora.
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