
Sandra Carvalho
Ortosonia, a obsessão pelo sono perfeito
Cronometrar o sono compulsivamente não garante uma noite bem dormida. Ao contrário.

Numa época em que se mede tudo, por que não esquadrinhar o sono? Monitorar as noites nos mínimos detalhes ficou fácil com apps de celulares, pulseiras esportivas e relógios inteligentes.
Anotar as horas de sono é só o começo da história. Um monitoramento básico pode estimar o tempo de sono leve, sono profundo, sono REM (do inglês Rapid Eyes Movement), em que há relaxamento muscular completo e os sonhos acontecem.
Para quem vive rotinas em que falta tempo para dormir as 8 horas ideais, analisar o sono com os dados dos apps e gadgets é perfeitamente normal.
Ficar obcecado com os resultados e desenvolver uma fixação por melhorar a performance do sono é outra coisa. É um stress adicional, que pode até fazer o sono piorar.
O nome do problema é ortosonia, como determinaram cientistas de Chicago, das escolas de Medicina da Universidade #Rush e da #Northwestern, em 2017.
Eles batizaram essa obsessão com sono perfeito de ortosonia por ser aparentada com outra busca perfeccionista, a de comer só comida saudável, conhecida por ortorexia.
Em tempo: apps e gadgets oferecem estimativas aproximadas das horas de sono, mas não têm a acuidade de equipamentos médicos muito mais precisos. ✔︎
Veja mais: Dormindo mais de 6 horas e meia por noite? Cuidado!