- Sandra Carvalho
Peixe fêmea prefere parceiros contidos, e evita amantes impetuosos
O objetivo é evitar ferimentos na genitália e ter tempo de comer.

Cientistas alemães estudaram as hábitos sexuais dos peixes-mosquito (Gambusia holbrooki) e descobriram que a agressividade dos machos não adianta nada diante de fêmeas experientes.
Fêmeas virgens não têm preferência por nenhum de comportamento - para elas tanto faz o macho super ativo quanto o mais desanimado. Mas as experientes fogem dos amantes atirados demais, para evitar ferimentos na genitália e ter tempo de comer.
Elas só se mostram mais receptivas aos amantes fogosos quando estão em cardumes de fêmeas, formados para autoproteção contra hostilidade dos machos.
O estudo, de cientistas da Universidade Goethe de Frankfurt, foi publicado dia 12 de julho no jornal Royal Society Open Science, e relatado em comunicado da universidade.
Os peixes mosquito são pequenos, de água doce. Os machos têm um órgão sexual relativamente grande em relação ao tamanho do corpo, conforme define o estudo.
Você pode ver na foto acima como o macho chega mais perto insinuosamente por trás da fêmea, já com o órgão reprodutor estendido, disfarçando sua aproximação.
Os cientistas foram motivados a estudar a questão para saber porque os peixes machos, num mesmo ambiente, sem necessidade de competir, mantinham comportamentos diferentes.
Por que alguns tinham baixa atividade sexual e outros atividade intermediária, quando a evolução costuma descartar machos com esses comportamentos, em favor dos mais agressivos sexualmente?
Segundo o estudo, a dependência da escolha de fêmea pode explicar essa variação. O tema é abordado na tese de doutorado da Carolin Sommer-Trembo, do Instituto de Ecologia, Evolução e Diversidade da Universidade Goethe de Frankfurt.