- Sandra Carvalho
Plásticos invisíveis contaminam a água de torneira no mundo inteiro
Na cidade de São Paulo, a poluição microscópica atinge 90% das torneiras.

A poluição dos oceanos pelo plástico já virou um pesadelo conhecido. Prepare-se para conhecer um novo pesadelo: o plástico microscópico, invisível a olho nu, está invadindo a água de torneira no mundo todo.
Uma cientista da Universidade Estadual de Nova York (SUNY) em Fredonia, Sherri Mason, conduziu um estudo sobre a presença de microplásticos na água de torneira de 159 países.
As amostras foram testadas pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota (UMN). Resultado: os microplásticos - fibras e fragmentos minúsculos de plásticos - estão contaminando a água em toda parte, de Kampala, em Uganda, a Quito, no Equador.
O resultado dos testes é assustador: 83% das amostras de água tinham fragmentos de plástico. Nos Estados Unidos, a contaminação sobe a 94%. Em Beirute, no Líbano, também.
A pesquisa foi organizada pela ONG Orb Media, de Nova York. Os testes detectaram partículas a partir de 100 micrometros (um micrometro é um milionésimo de metro.
O jornal Folha de S. Paulo se integrou ao estudo, providenciando amostras da cidade de São Paulo para a UMN. Nível de infestação dos microplástico nas torneiras da cidade: 90%. Confira no gráfico.

A fonte dessas fibras e fragmentos de plástico que vão parar na água de torneira está na rotina de qualquer pessoa hoje em dia.
Roupas feitas de fibras sintéticas como acrílico e poliéster, por exemplo, deixam resíduos invisíveis nas lavagens.
A poeira dos pneus de butadieno-estireno de carros e caminhões acaba indo para rios e os anos. Segundo o estudo, carros soltam mais de 20 gramas de poeira a cada 100 quilômetros rodados.
As tintas usadas na construção, veículos e sinalização de estradas também jogam esses microplásticos no ambiente.
As sacolas de plásticos, canudinhos, talheres, pratos e copos de fast food, chamados de microplásticos secundários, são outra fonte de contaminação da água de torneira.
Fibras sintéticas no ar têm seu papel - da mesma forma que microesferas usadas em alguns cosméticos como demaquilantes.

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