
Sandra Carvalho
Trauma deixa a sua marca nos olhos
A pupila revela experiências traumáticas do passado, dizem cientistas galeses.

Um acidente de carro, um sequestro, um conflito armado - muitas experiências perturbadoras podem desembocar num transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A marca pode ser vista nos olhos, segundo cientistas das universidades de Swansea e de Cardiff, no País de Gales.
Eles buscaram traços das experiências traumatizantes nos olhos dos pacientes com TEPT medindo suas pupilas enquanto eles viam imagens aterrorizantes (como a de animais ferozes e armas), neutras e agradáveis.
A reação desses pacientes foi diferente da de todas as outras pessoas, inclusive das que tinham passado por traumas, mas não tinham TEPT.
No começo, a pupila deles não passou pela compressão aguda natural pela mudança de níveis de luz. Mas depois a pupila aumentou muito mais do que a de todos os outros participantes.
Segundo os pesquisadores, a reação das pessoas com o transtorno foi exagerada não só aos estímulos ameaçadores, mas também às imagens consideradas positivas, como cenas de esporte.
Essa hiper-resposta em qualquer contexto emocional incerto indica a carga enorme que as pessoas do TEPT carregam no seu dia-a-dia.
"O gatilho do sistema de ameaça pode disparar com qualquer nível alto de estímulo emocional, mesmo que seja uma emoção positiva", comentou Aimee McKinnon, que liderou a pesquisa quando estava na Universidade de Cardiff (hoje ela está na Universidade Oxford).
O estudo foi publicado no jornal Biological Psychology.
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